domingo, 26 de agosto de 2007

No reino de tão tão distante


Era uma vez, em um reino muito muito distante, havia um rei que adorava máscaras, e fazia toda a família real e seus servos reais usarem as tais máscaras. Ele dizia que usando essas máscaras ninguém saberia quem eles eram realmente e que assim poderiam fazer tudo o que realmente tinham vontade de fazer. O decreto das máscaras era tão importante para o rei que os súditos que se recusassem a usá-las tinham grandes chances de parar no calabouço do castelo, ou então serem deportados para outros reinos.

Certa vez, um súdito quis mostrar suas idéias para o embelezamento da rua que passava em frente ao castelo, porém nem o rei, nem os seus servos reais podiam atendê-lo, estavam sempre ocupados com a troca diária, mensal, ou até mesmo com a escolha da máscara para os próximos quatro anos. Infelizmente esse súdito era um forasteiro que adotou o reino como o reino aonde gostaria de ter nascido, mas não foi avisado sobre o decreto de máscaras que vigorava desde que o reino existia. Aliás, poucos eram os súditos que falavam sobre as máscaras, ou até mesmo ousavam mostrar seu verdadeiro rosto, a maioria vivia com medo de ser pego pelos guardas reais e parar no calabouço do castelo.

Mas voltando ao caso do súdito-forasteiro, a sua inocência o fez acreditar que sua idéia para o embelezamento da rua em frente ao castelo seria aceita mesmo sem ele ter conseguido conversar pessoalmente com o rei ou um dos seus servos reais, porém chegou um dia que sua inocência acabou e ele acabou resolvendo que tomaria uma atitude para que pudesse ser ouvido. O plano estava traçado, o dia escolhido foi o da maior festa do reino.

O dia chegou, a noite estava bonita, toda a corte estava com as suas máscaras de festa, as mais bonitas, lógico. Todos membros da corte desfilavam pelo tapete vermelho e entravam no castelo, deixando os súditos boquiabertos na frente do castelo e com água na boca por não poderem entrar na festa. Alguns súditos conseguiram entrar no castelo, claro que por terem “boas relações” com a corte, digamos assim. A festa estava linda, o deus sol estava lá, ao lado do rei e sua corte, quando derepente aquele súdito-forasteiro invadiu o castelo e tentou chegar até o rei para expor a sua indignação, afinal seu projeto de embelezamento havia sido plagiado pelo reino.....mais uma vez a inocência se fez presente naquela pessoa, mal sabia ele que os guardas reais já estavam indo ao seu encontro, e de lá ele seguiria direto ao calabouço.

Logo a notícia se espalhou, no reino ninguém mais falava de outra coisa, afinal o rei e seu súditos há muitos dias não apareciam nas sacadas do castelo para o pronunciamento diário, falavam até em salmonela na comida, mas eu ouvi um antigo servo do castelo dizer:

“Meninos eu vi: as máscaras estão caindo!!!!!!”

Ah, ainda bem que moramos em Gramado, onde tudo é naturalmente europeu e nada acontece de errado, e claro, essa estória é não é verdadeira e qualquer relação com fatos reais é mera coincidência.

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